05:37 PM
Voltou-se
para aquela casa mais uma vez. Com a fachada branca e de dois andares, tinha um
imenso jardim cercado por flores de diversas espécies, algumas que ele jamais
havia visto em toda a sua vida. O caso era que a garota amava botânica. Rosas vermelhas
eram as suas preferidas. E ele definitivamente sabia disso.
Pela
janela do primeiro andar ele observou-a. Seus cabelos estavam soltos, formavam
ondas que se iniciavam desde a orelha. Ela vestia uma blusa branca com algum
número indecifrável e calças pretas comuns. Ele nunca havia dito-a, mas amava
seu estilo. O modo com que ela tinha coragem e disposição para usar o que
quisesse sem se importar com o que os outros diriam. Ela tinha atitude.
Mas
era exatamente isso que ele havia temido por tanto tempo. Sua atitude.
Ele
sabia que não haveria interrupções na conversa dos dois. De acordo com ela, sua
mãe estaria trabalhando, e seu pai provavelmente estaria em alguma reunião de
trabalho. Então por que todo esse medo?
Medo
á rejeição? Medo á palavras que viriam à tona? Ou... Simplesmente medo da
verdade? Ele não queria desistir. Ele não podia.
Tomou
uma iniciativa antes que desistisse de vez – mais uma vez - e tocou a
campainha. Por alguns segundos imaginou que ela estaria ocupada com a lição de
casa de biologia, mas essa ideia foi descartada logo após ouvir passos vindos
de dentro da casa. Ela abriu a porta e ele pode observar, mais uma vez, o
quando ela era bonita.
Suas
bochechas estavam coradas, e sua expressão era cansada. Quando ele olhou-a nos
olhos ela desviou o seu olhar. Ela estava insegura, ele sabia.
-
Bem... E aí? – Disse em um tom de voz natural. Como se nada tivesse acontecido
entre os dois.
-
Oi, Derek. – Ela falou pretensamente simples.
-
Nós... Podemos conversar? – Perguntou com um leve sotaque canadense.
-
Bem... Sim. – Disse incerta. – Está frio aí fora. Você não quer entrar? –
Perguntou gentil.
Ele
sorriu mostrando suas pequenas covinhas. Então, posicionou-se para entrar.
-
Obrigado. – Disse após um suspiro. Realmente estava frio lá fora. A temperatura
tinha caído drasticamente. – Jessie, - ela sentiu um aperto no coração ao ouvir
seu nome ser pronunciado por tal rapaz – eu sinto muito.
Ele
olhou seus olhos verdes. Eles eram penetrantes. Por eles podia-se saber se ela
estava feliz, magoada ou ansiosa por algum ato. Mas, naquele momento, eles
pareciam inexpressivos.
-
Se você me der uma chance para poder explicar tudo o que aconteceu naquele dia
eu ia ficar muito agradecido. – Ele engoliu as palavras que tinha ensaiado
diversas vezes no espelho – Mas, se não... Eu vou entender.
-
Posso ser sincera com você? – Perguntou ainda insegura com o que estava
acontecendo. Ele abriu a boca com a esperança de que saísse alguma frase
plausível, mas aquilo não aconteceu. Então ele apenas assentiu com a cabeça. –
Acho que mesmo se eu te der esse privilégio eu não acreditaria em uma palavra
sequer.
-
Pelo jeito eu não tenho chances. – Disse decepcionado.
-
Não mais.
-
Eu só... Queria te dar isto. – Ela observou um bilhete escrito em tinta
vermelha nas mãos do rapaz que, a seguir, entregou o papel para a moça que o
olhava sem expressar sentimento algum. – Eu estou voltando para o Canadá
amanhã. – Disse por fim. – Então provavelmente essa será a última vez que nos
veremos. – Lamentou. – Boa sorte com o jogo da vida, Jessie. – Disse aquela
frase como se fosse o desfecho da história dos dois juntos.
E
ela tinha certeza que seria.
06:14 PM
Zayn
estava sentando em uma banqueta do quarto de hóspedes lendo um livro policial
qualquer enquanto esperava Logan sair do banheiro. Aquela era sua paixão
secreta. Talvez fora por isso que o rapaz era tão bom em desvendar mistérios.
Ele estava tão concentrado no livro em questão que nem viu Logan entrar no
cômodo.
-
Tá pensando que eu sou gay? Vaza. – Logan disse deixando escapar uma risada
implícita em sua voz.
-
Cala a boca e vem cá. – Ordenou.
-
Claro, Vossa Majestade. – Falou e o rapaz que havia acabado de fechar o livro
revirou os olhos.
-
Você deveria prestar atenção por onde está andando. – Avisou o rapaz que observava
o amigo a espera de uma resposta. – Eu vi o Styles nos vigiando hoje na North
Hills.
-
Quem diabos é Styles? – Perguntou antes de por uma camisa.
-
Bem... Digamos que é um oponente. – Urrou Zayn antes de dar uma tragada em um
cigarro.
-
Não gosto dessa palavra.
07:49 PM
Após
colocar um par de botas qualquer ela olhou-se no espelho. Vestia uma blusa com
listras que variavam entre cinza e preto, uma calça jeans apertada, e uma
jaqueta preta. Simples, porém casual e – o mais importante – confortável.
Passou apenas um pouco de batom rosa claro. Seus lábios estavam pálidos. Talvez
por causa da temperatura, talvez por causa da ansiedade, mas com certeza por
causa dele.
Pegou
as chaves do carro e dirigiu-se até a porta. Viu seu pai lendo um jornal, e pela
primeira vez em meses ela decidiu falar com ele.
-
Estarei na Carther. – Mentiu. – Não tenho hora para chegar. – Completou antes
de sair em direção á garagem.
A
casa de Harry era um pouco distante. Mais especificadamente, a vinte minutos de
viagem. Então, no caminho a moça ligou o rádio em uma estação qualquer, e
segundos após tê-lo feito ouviu tocar “All in your Head”, do Machine Head.
“Cause I could tell you why
the stars don't shine. And if there is a reason you left, then it’s all in your
head.”
Depois
de alguns minutos de viagem ela pode observar uma grande casa com a fachada em
tons de bege. A rua estava pouco iluminada, e isso dificultava sua visão, no
entanto, ela estacionou em um lugar não muito longe do seu ponto de chegada.
Antes de sair do carro olhou-se no espelho e não viu nada muito alarmante.
Uma
mistura de ansiedade e medo tomou conta de cada parte de seu corpo. Ela
imaginava se Harry sabia de sua visita. Provavelmente Louis havia contado, mas
ela realmente gostaria de ter visto a reação do rapaz ao ouvir que ela o
visitaria.
Tomou
coragem e tocou a campainha. Em instantes, uma mulher de olhos claros
atendeu-a.
-
Olá. – Ela disse simpática embora não soubesse quem era a moça que havia batido
na porta.
-
Oi, ahm... Eu estou aqui para ver o Sty... Harry. – Corrigiu-se.
-
Ah, claro, Louis me avisou que você viria. – Lembrou-se. – Por favor, entre. –
Anne pediu e assim Ashley o fez.
-
Obrigado. A senhora é muito gentil. – Ashley sorriu com a situação.
-
Ah, por favor, me chame de Anne. – Ela pediu gentilmente com um sorriso
exuberante.
-
Tudo bem. – Disse pouco antes de ver Louis sentado no sofá assistindo um filme
qualquer.
-
Ashley! Que bom que você veio. – Disse entusiasmado. A ideia de ver Harry feliz
outra vez o deixava com uma alegria imensa. Ashley apenas sorriu em resposta. –
Venha, ele está lá em cima. – Falou antes de conduzir-lhe até o quarto do
rapaz, embora ela já soubesse o caminho. – Hey, brother. – Exclamou ao bater na
porta.
-
Não tô com muito ânimo pra cantar agora, Louis. – Ele disse, aparentemente,
entediado com a situação.
-
Abre a porcaria da porta. – Louis ordenou e assim Harry o fez.
Sua
face expressava uma tristeza inexplicável, por alguns momentos Ashley agradeceu
por ter aceitado o convite de Louis. Ao notar que a garota estava lá sua
expressão mudou. Pode-se observar um sorriso quase imperceptível.
-
Oi, Styles. – Ashley disse com um sorriso tímido.
-
Ahm... Oi. – Sua voz estava mais rouca que o normal, era pretensiosamente perceptível
que ele havia chorado por horas.
-
Eu vou deixar vocês sozinhos. – Louis exclamou e em seguida não havia indícios
de que o rapaz havia estado ali.
-
Você não...? – O rapaz de olhos verdes disse aproximando-se da moça que o
olhava nos olhos com um pequeno sorriso ao vê-lo novamente, indicando com um
gesto de cabeça para que ela entrasse no seu quarto. A garota atendeu seu
pedido.
Ele
sentou-se na cama e com um gesto de mão pediu-a para que sentasse próxima a
ele. Ashley o fez, porém distanciou-se um pouco.
-
Então... O que te trás aqui? – Perguntou o óbvio.
-
Você está bem? – Perguntou a ele tentando parecer convicta do que estava
fazendo.
-
Estou e você? – Ele respondeu tentando passar segurança do que estava a dizer.
Ele estava mentindo descaradamente, mesmo que odiasse fazer isto.
-
Eu? – Perguntou calma. O rapaz assentiu, torcendo para que ela não tivesse
percebido o tremor em sua voz. – Estava esperando que você me dissesse a
verdade. – Disse simples. – Mas eu te entendo. Eu também nunca gostei de
envolver outras pessoas nos meus problemas. – Admitiu e ele identificou-se com
o que ela havia dito. – Mas dessa vez é necessário. Você, por favor, poderia me
contar o que aconteceu? – Pediu sem por pressão. – Se você quiser, é claro.
-
Três dias. – Disse por fim e sentiu um calafrio percorrer seu dorso-espinhal.
Ele não queria chorar na frente da moça, ele não podia. Fez de tudo para
prender as lágrimas que cada vez mais pareciam estarem decididas a caírem por
sua face.
-
Oh, Styles... – Envolveu-o em um abraço apertado.
Um
sentimento tomou conta mutualmente dos dois. Era algo sensitivo. Os dois tinham
medo que tudo aquilo fosse um sonho e que quando acordassem a realidade fosse
muito pior.
Ashley
sentiu falta de poder abraçá-lo quando precisava de ajuda com algo, quando
estava mal, quando ele era sua única fonte de conforto, de amizade, de
esperança.
Harry
desejou que aquele momento durasse para sempre. Estar envolvido nos braços de
Ashley era uma sensação que ele tinha experimentado poucas vezes antes, mas que
seriam eternamente especiais.
-
Quer desabafar? – Perguntou sinceramente interessada em escutar sobre o que o
rapaz estava sentindo. – Eu sei o que você está passando, Styles.
-
Por causa do seu ex-namorado? – Sem querer ele demonstrou um pouco de ciúmes em
sua voz, embora essa não fosse a intenção.
-
Por causa de todas as perdas que eu tive na minha vida. – Rebateu sincera.
-
É incrível como a dor não pode ser descrita. É algo que só pode ser sentida. É
um abismo onde se cai quando você se vê perdido na direção que você escolheu
seguir. É algo que responde a maioria das minhas dúvidas, mas eu não estou
pronto para ouvi-las de um modo tão bruto. Quando eu era criança, considerava a
maior dor de todas aquela de quando você cai e se machuca, mas logo em seguida,
quando minha mãe me dizia que iria ficar tudo bem eu confiava nela, e, de fato,
tudo ficava bem. Hoje, eu sei que não posso definir “a maior dor de todas”
porque ela não é aparente, é obscura, é aquela que você precisa sorrir como se
nada tivesse acontecido. Mas, dessa vez, eu não sei se vai ficar tudo bem. –
Disse olhando nos olhos da moça, que já chorava. Ele estava sendo forte, nenhuma lágrima havia caído. Ainda.
-
Harry... – Aproximou-se do rapaz que a olhava com a esperança de que ela o
dissesse que tudo aquilo era uma brincadeira, e que Kimberly ficaria bem. Mas
não, não era.
-
“Harry”? – Perguntou surpreso, mas não deixou isso a mostra, de tal modo que a
moça sentiu-se envergonhada por ter pronunciado o primeiro nome do rapaz em tal
situação.
Em
questão de segundos a respiração dos dois já estava descompassada. Ashley
queria ter o poder de curar tudo aquilo que Harry estava sentindo, fazer com
que ele não sentisse mais as dores do mundo, mas era impossível. Em um momento
ela viu-se perto o suficiente para algo que não era apropriado no momento
acontecer, mas o desejo falava mais alto.
O
rapaz estava com a esperança de que tudo voltasse ao normal entre os dois. Mas,
em um momento de fraqueza ele aproximou-se o bastante para que seus lábios se
tocassem. O mundo parecia ter parado. Ele queria poder congelar aquele momento
e vive-lo eternamente. Ele olhou nos olhos claros da moça, e delicadamente
limpou uma lágrima que havia escorrido por sua face. Ela fechou os olhos e
imaginou ser infinita.
-
Ha...
-
Por favor, não acabe com esse momento. – Pediu silenciando-a imediatamente. –
Não acabe com esse sentimento. Não acabe com... O que talvez possa ser um “nós”.
Olá, babies, gostaram do capítulo? Achei justo a maior parte ser dedicada á Hashley. Vamos ás perguntas? O que acharam da despedida do Derek? E o que está escrito naquele papel? E sobre o que o Zayn falou para o Logan? E sobre a resposta dele? O que acharam do momento Hashley? A Ash vai perdoar o Harry mais uma vez? Ah, e por fim... Qual foi a parte favorita de vocês nesse capítulo? Então é isso, babies! Tcha-au.
Puta merda, dona Hévilla, que capítulo foi esse?
ResponderExcluirAhuahuahua. Just Blame, just Blame...
ExcluirPrimeiramente antes de todo o comentario e todas as teorias e cogitaçoes : Desculpa desculpa desculpa desculpa desculpa desculpa desculpa desculpa desculpa desculpa por demorar taaanto pra ler! Aqui tava tudo horrivel pra mim, e ainda ta, mas deu pra ler... O tanto de coisa que teve pra minha pessoinha fazer nao foi bricadeira!
ResponderExcluirE agora o sobre o capitulo: se voce viesse aqui na minha casa me matar nao teria o mesmo efeito que esse capitulo fez em mim! Eu to usando o wi-fi do céu aqui! Vou responder as perguntas porque eu nao tenho palavras pra descrever esse capitulo!
1°: ta de zona com a minha cara... Se eu gostei do capitulo? Eu mais que amei! Eu tenho que criar uma palavra pra descreve-lo! Amecrível (amei + incrível haha)
Tambem achei muito justa a parte de Hashley ser maior! Deveria ter mais Hashley no mundo!
2°: Acho que o Derck nao fez certo em ir embora porqur quem foge tem culpa no cartorio!
3°: No papel eu acho que tem a justificativa dele sobre toda a historia.
4° e 5°:Acho que o Logan devia ter cuidado mesmo porqur se ele fizer algo contra o Harry por causa da ash eu nao respondo pelos meus atos!
6°:Voce sabe muito bem que eu sou Hashley foreverrrrrr entao perguntar se eu gostei desse momento é a mesma coisa se perguntar se macaco gosta de banana!
7°: Acho que o Harry devia ser perdoado sim! Depois dessa revelaçao dele no finalzinho eu casava com ele!
8°: Minha parte favorita no capitulo foi... Ele todo pode ser minha resposta? Kkk ate o proximo! E mais uma ves desculpa pela demora
Wow ficou gigante o comentario
ExcluirUma palavra para descrever seu comentário: Perfeito. Estou vomitando arco-íris de tão mordível.
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