Truly, Madly, Deeply - 11º Capítulo

 Abri os olhos e senti um calafrio percorrer por todo o meu copo. Realmente fazia muito tempo que eu não sentia esses tipos de calafrios. Tinha em minha mente que alguma coisa estava prestes a acontecer. Mas decidi ignorar. Pedro não havia acordado, nem papai, decidi ler o livro que eu havia ganhado de Niall enquanto estava em coma. 

Se chamava A Última Música, e é realmente uma história muito bonita. Decidi levantar, e quando olhei no relógio eram 9 horas da manhã. Fui até o banheiro, me despi e deixei a água percorrer por todo meu corpo. Lavei meus cabelos, como fazia todas ás segundas-feiras, e continuei minha rotina matinal. Coloquei o roupão e escovei meus dentes. Sequei meu cabelo, e o prendi em um coque frouxo. Peguei meus shorts e escolhi um em especial, era simples, porém meu favorito. Dobrei-o um pouco, e escolhi uma blusa branca, lisa. Coloquei um tênis azul de cano médio e peguei minha bolsa com estampa dos EUA. Eu adorava aquela bolsa, Harry havia me dado quando completei 17 anos, e hoje, com 19 ainda continua sendo minha preferida. 

Passei um pouco de lápis marrom e um gloss cor de cereja. Nunca fui de usar muita maquiagem, mas hoje decidi mudar um pouco. Não sei por que, eu só... Decidi. Coloquei um óculos de sol na bolsa e fui até a sala. Me deparei com Pedro assistindo Padrinhos Mágicos. Ele amava. Eu também. Papai também. Louis também. Mamãe não gostava muito. Dei-lhe um beijo na bochecha e fui até a mesa. Havia o mesmo de sempre. Ovos mexidos, bacon, suco de laranja, torradinhas e geleia. 

- Nunca entendo você. - Pedro falou.

- Oi? - Perguntei meio desatenta.

- Suas roupas. São tão... 

- Simples?

- Legais. A maioria das meninas usam salto e roupa rosa o tempo inteiro. - Ele falou provavelmente lembrando das garotas que estudavam comigo á uns anos atrás.

- Obrigada pelo elogio, mas continuo te odiando. - Falei começando com as provocações.

- E quem disse que eu te amo?

- Sexto sentido.

- Deu defeito? - Ele falou irônico. Levantei-me, fui até onde ele estava e baguncei seus cabelos. Ouvi o murmurar algum palavrão, não liguei. Pedro já tinha 12 anos, e estava ficando um rapazinho muito bonito. Ri do meu pensamento. Eu estava falando como aquelas tias velhas.

Recebi uma mensagem do Harry me pedindo para ir até sua casa. Peguei meu carro, me despedi de Pedro, e fui dirigindo até lá. Liguei o rádio e tocava uma música do Bruno Mars. Ao chegar toquei a campainha e Louis abriu a porta. Me encarou com um sorriso de lado, e me deu passagem. Fui até a cozinha e vi Zayn comendo cereais. 

- Posso saber o motivo da minha vinda? - Perguntei um tanto curiosa.

- Acordou de mal humor, S/A? - Niall perguntou com um sorriso debochado.

- Pelo contrário, Sr. Horan, seu livro me fez muito bem.

- Ah, então andou lendo romances? - Ele perguntou em um tom curioso.

- Ei! Eu acredito no amor, tá? 

- Bom saber disso. - Louis disse baixo, mas eu consegui ouvir. E por algum motivo aquilo não me fez bem. Senti outro arrepio, mas resolvi ignorar, embora parecesse suspeito.

Lembrei de uma música que meu pai recitou para mim, na minha primeira decepção amorosa - a primeira de poucas, embora você pode ter pensado o contrário -. Era em português, mas eu sabia toda a letra.

- "Não sei porque você já pôs outra pessoa em meu lugar. Eu sinto que assim já foi mais fácil de aceitar. E mesmo se você mudar.  Querer voltar. Não adianta mais. Agora que você quebrou,  aquilo que não vai voltar."

- Oi? - Liam perguntou todo confuso. Não o culpava, ele não sabia uma palavra em português.

- É o refrão de uma música que meu pai me mostrou quando eu era menor.

- Pode traduzir? - Louis perguntou inocente. 

- Claro.

Traduzi baixinho e vi um sorriso se desfazer na face de Louis. E o vi subir as escadas.

- Parece ser uma ótima música. - Harry falou quebrando o silêncio que havia ficado ali. Assenti com a cabeça. Subi atrás de Louis, mesmo sem ter sido proposital eu senti que precisava me desculpar pelo ocorrido.

O vi olhando para a vista que se dava do quarto de Harry. Me aproximei, sussurrei um "Me desculpe, não foi proposital" e ele se virou para mim. Seus olhos estavam prestes a derramar uma lágrima. E isso pra mim era tão difícil... Nunca vi Louis chorar por uma garota, muito menos por mim. Imediatamente o abracei e sentir outro calafrio passar por meu corpo. Mas também percebi que Louis havia se arrepiado também.

- Não quer escutar o resto da música?

- Eu vou me machucar? - Ele falou olhando pro chão.

- "Sei que por dentro leva no peito toda desilusão. Chora em segredo, sofre em silêncio, eu sei. Que a vida vai ser bonita. E com o tempo eu volto a sorrir. E se ontem você fez doce, sei que amanhã não vai viver sem mim." - Falei traduzindo a parte que mais me marcava da música.

- Eu nunca consegui viver sem você. - Vi uma lágrima cair de seus olhos. A enxuguei e respondi.

- Eu tenho certeza disso. 

Louis se aproximou mais de mim, senti nossas respirações próximas, ele colocou sua mão em minha face, como se pedindo permissão para o que estava prestes a fazer, juntei nossos corpos, como se afirmando o que ele queria. Poucos segundos depois senti seus lábios pressionados contra os meus, em um movimento ritmado, e... Diferente. Era um beijo calmo. Paramos quando o ar se fez nescessário.

- Acho que me identifiquei com essa música. "Chora em segredo, sofre em silênc..."

- Louis? - Vi seus olhos se fecharem lentamente e sua pele perder a cor. Não sabia o que fazer.

Oi, mamíferos lindos do meu core <3 Continuo com 4 comentários. Vamos agitar isso aqui! Provavelmente o próximo capítulo será o último. Não tenho certeza, mas há grandes chances de ser. MUITO obrigada por terem me ajudado a cumprir a meta. Sem cada uma de vocês isso não seria possível, então MUITO obrigada mesmo. Eu realmente amo vocês. Desculpem por não estar postando frequentemente, é que eu só estou "surfando na internet" quando meu pai quer (lê-se: Computador dele com senha, e o meu quebrado). Então é isso, beijo, tchaaau. Ah, me sigam no meu FC (@LittleNaiu). Ok, agora é sério, tchau.